A FAKE NEWS DO AGRONEGÓCIO
Agronegócio
LUCAS BOAVENTURA - ENGENHEIRO AGRÔNOMO
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Produtos que podem te levar a morte, trabalho em regime de escravidão, desmatamento acelerado da Amazônia, queimadas, invasão de terras indígenas... Ideias equivocadas e verdadeiros mitos jogados de forma aleatória por falsos entendedores, remetem todo esse processo ao Agronegócio. As famosas Fake News, o termo americano usado na tradução literal para falsas notícias, atingem de forma contundente o carro chefe do superávit brasileiro nos últimos anos.

Agora, o que é verdade e o que é Fake News no agronegócio? Nesse artigo, buscaremos esclarecer através de dados concretos os fatos e mitos nesse processo.

Primeiro, é importante relatar que existe uma distância muito grande entre a indústria e o consumidor, e é justamente nessa lacuna que se abre o espaço para as Fake News.

Muito se fala dos “Agrotóxicos”, na verdade as palavras corretas seriam defensivos agrícolas ou pesticidas, produtos com ativos específicos para ajudar no manejo de pragas e doenças, presentes nas mais diversas culturas plantadas hoje no Brasil. Hoje, a própria lei define esse tipo de produto como agrotóxico, mas, sendo assim, o que compramos nas farmácias para nos ajudar no controle de algumas doenças presentes em humanos ou animais, seriam “zootóxicos”?

 A revolução verde e a nova revolução agrícola, permitem que frequentes estudos desmascarem as mentiras contadas sobre esses produtos. Quando utilizados de forma correta, seus ativos logo se degradam e são eliminados pela planta. É evidente, que o título de maior consumidor de defensivo agrícola no mundo, às vezes impacta os leigos, porém, o cálculo é diferente quando se trata em volume utilizado por áreas tratadas. Como assim? Japão e Holanda são líderes mundiais quando se fala em volume de produtos aplicados por ha (unidade equivalente a 10.000 m2), colocando o Brasil na 6° posição, segundo dados da Wagningen University; US – EPA.  Somos mais eficientes na utilização consciente dessa importante ferramenta para o agronegócio. Vital, no livro “Agradeça aos Agrotóxicos por Estar Vivo”, faz uma comparação entre o mercado de orgânico e o convencional, relatando que não poderia existir qualquer tipo de briga entre esses mercados, pois são complementares, e que melhor ainda, perante a ciência, se bem trabalhados, são alimentos iguais, ou seja, um não é mais nutritivo que o outro.

Outro assunto bastante controverso, e que diariamente ocupam não somente as mídias nacionais, como também as internacionais, são os desmatamentos em terras brasileiras, principalmente quando se coloca em ênfase a nossa Amazônia. Então, nada melhor do que números para o leitor se informar.

Segundo dados do IBGE, o Brasil tem 8.516.000 Km2, o que equivale a 851 milhões de hectares. A realidade do uso de solo no país, é apresentada em diversas fontes de pesquisa na internet, vamos utilizar aqui dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Desse total de hectares citados acima, 66,3% são de áreas destinadas à vegetação Protegida e Preservada (são áreas indígenas, unidades de conservação e preservação integrada, como parques nacionais, áreas nativas, unidades de preservação). Os próximos 30,2% dessa área, são destinadas ao uso Agropecuário, cujo qual, 8% são de pastagens nativas, 13,2% de pastagens plantadas, 7,8% são lavouras e 1,2% de florestas plantadas. Fechando o nosso cálculo, 3,5% do nosso território está ocupado com infraestrutura (cidades e outros).

Para efeito comparativo, 74,3% do solo Norte Americano é ocupado com uso agropecuário, e somente 19,9% são áreas destinadas à conservação e preservação. Vale ressaltar, que temos um dos Códigos Florestais mais rígidos do mundo, por ser completo e complexo, dificilmente outros países suportariam tal legislação, principalmente países europeus, grandes críticos do Brasil quando se trata de assuntos ambientais. O Código Florestal garante sustentabilidade da produção agropecuária brasileira e certamente serve de lição para outros países.

A pecuária é vista como “um agente criminoso”, em razão da emissão de gás metano, e vem se especializando cada vez mais, comprovando aos ambientalistas de escritório, que tecnologias implantadas em sistemas de Integração Lavoura, Pecuária e Silvicultura, visam o consórcio entre plantas e animais do mesmo local, onde, essas plantas sequestram o carbono referente ao metano emitido pelo gado, zerando o gás e até tornando-o positivo. Qual outro país do mundo tem esse tipo de ação?

Florestas plantadas de forma comercial, áreas de preservação permanentes presentes em propriedades rurais consideradas excedentes, podem ser negociadas no mercado de crédito carbono. Uma forma compensativa para os países/empresas emissoras de grande quantidade de gases de efeito estufa, regularizarem o compromisso para redução de poluentes do ar.

Sim, há de se considerar que temos muito a evoluir, mas não podemos negar, que somos referência mundial no quesito: produção de alimento de forma sustentável. Temos mais de 10 milhões de hectares, a serem explorados de forma totalmente legal no bioma cerrado. Somos o único país da Agenda 2030, que irá cumprir os prazos até 2027, como zerar desmatamento ilegal e atender a demanda de produção de alimentos de forma sustentável.

Até 2050, 1/3 da população mundial será alimentada por produtos oriundos do nosso agronegócio, a evolução tecnológica e a preservação ambiental caminham juntas para esse objetivo. Precisamos fazer com que as verdadeiras informações cheguem a todo elo da sociedade, desmascarando com números e dados das famosas Fake News, principalmente vindas de pessoas e setores, que não têm o mínimo conhecimento dessa área que é responsável por 27,4% do PIB Nacional.

Aline Dias, do Movimento Brasil+Agro, explica que um dos objetivos do movimento, é demonstrar a todos a importância do agronegócio: “Ele é a interação de diversos setores da economia brasileira, que podem estar ligados diretamente ou indiretamente às nossas vidas.” Aline enfatiza também, que uma das propostas do movimento, é levar as informações verdadeiras sobre o Agronegócio, tendo como uma das ações, as visitas em escolas, públicas ou privadas, mostrando às novas gerações, a relevância desse setor que é atacado de forma constante por pessoas que não conhecem da área.

“Competimos com influencers de redes sociais e artistas que contam muitas mentiras à essa nova geração” afirma Pollyane Nunes, uma das criadoras do Movimento.

Como o velho ditado cita: “Contra fatos não há argumentos”, então, os números estão aí para quem quiser interpretá-los. Talvez, o fato de o Brasil estar se tornando e, logo dominar todo o processo de produção de alimentos global (o famoso celeiro do mudo), faz com que chamemos atenção para nós, de forma positiva ou negativa. Mas, sempre estaremos em evidência, e com certeza, com dados concretos dentro da máxima veracidade, comprovando primeiro à nossa população, e depois ao mundo, que somos capazes de produzir com sustentabilidade, preservando e educando as futuras gerações, sobre a importância do Agronegócio para o futuro da humanidade.

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