Quando o assunto é moda, sempre falamos em roupas, acessórios, sapatos. Em como nos vestir para estar dentro das referências da temporada. Mas antes de escolhermos qual peça do momento irá nos acompanhar, pecamos em algo muito importante, que parece um mero detalhe, mas não é.

Se eu te falar que a forma como você se veste, se maquia e se comporta, tem um impacto muito grande na leitura que fazem de você, muitas pessoas dirão que isso é obvio. Mas já pensa nisso toda vez que escolhe o look do dia? Se ele é condizente com o que você quer imprimir e com os locais que você frequenta? É verdade que hoje em dia existe uma liberdade muito grande de expressão. Mas a forma como os cuidados que temos conosco impactam muito nas impressões que causamos é muito mais importante.

Antes de nos aprofundarmos na moda de hoje, acho importante falar sobre o surgimento dela. A moda surgiu em meados do século XV no início do renascimento europeu. A palavra moda significa costume e provém do latim modus. A variação da característica das vestimentas surgiu para diferenciar o que antes era igual, usava-se um estilo de roupa desde a infância até a morte. A partir de então, muitas coisas mudaram e por um tempo houveram até leis que restringiam tecidos e cores somente aos nobres. Os burgueses que eram ricos e não nobres iniciaram um grande trabalho aos costureiros. Que a partir de então produziam diferentes estilos, mas sempre imitando os nobres.

Podemos dizer que o acesso as vestimentas ficaram mais fácil depois da revolução industrial no século XVIII. Com o surgimento das máquinas de costura, o custo dos tecidos caiu bastante. Desde então, até pessoas mais pobres puderam comprar mais e melhores vestimentas.

Exigia-se das mulheres, roupas mais alinhadas, tanto que daí surgiu a alta costura. Frederick Worth, foi o artesão responsável por abrir o primeiro ateliê de alta-costura em Paris, em 1858. Conhecido como o “pai da alta-costura”, teve seu nome eternizado na moda. O estilista inglês é lembrado por ter substituído a crinolina pela anquinha, um tipo de armação utilizada para dar volume aos quadris e traseiro da mulher.

É claro que cada século e década tem muitas particularidades sobre moda e poderíamos falar muito sobre cada uma delas. Mas quero me aprofundar em um estilo específico, a alfaiataria. Para quem me conhece e me segue há algum tempo, sabe o quanto esse estilo está presente na minha vida e na personalidade. No período da Primeira Guerra Mundial, as mulheres que assumiram as profissões exercidas pelos homens, adotaram a calça de alfaiataria para facilitar sua movimentação, já que os homens estavam no campo de batalha. A vida da mulher nunca mais foi a mesma. Com a guerra as mulheres foram vistas além dos seus lares e ganharam espaço no mercado. As atividades que antes eram somente masculinas, agora eram divididas com elas. De início uma necessidade, depois, tornou-se um espaço.

Nos anos 20 com influência de Chanel, a vestimenta ficou ainda mais comum.  Esse estilo ficou presente por muitas décadas e assim como tudo, foi substituído por outros estilos. A alfaiataria voltou a aparecer mais nos últimos anos e hoje está com uma importância maior na moda.

Em 2015 venci o Miss Brasil. Participava de diversos eventos e os vestidos longos sempre eram esperados. Achava lindo, mas muito pomposo para ser usado sempre.

A partir dessa ideia é que resolvi modernizar esse posto, usando mais alfaiataria e ternos. Inclusive, quando passei o título para Raissa Santana em 2016, usei um terno branco. Simbolizando uma modernidade e a minha essência.

Até hoje, falam muito sobre a minha escolha e o quanto ela quebrou paradigmas. Como falei no início do texto, as nossas escolhas tem um impacto direto na marca que deixamos registrada. Fico feliz, que anos depois, essa tendência estar muito forte. Representando a feminilidade e o espaço das mulheres.