Estamos na terceira década do século XXI, mas quando se trata de inovação nos vem uma sensação de que ainda se trata de uma prática que não é bem entendida e nem muito aplicada. É no mínimo estranho porque vivemos cercados de soluções que um dia já foram inovadoras sem as quais já não conseguimos imaginar viver. A internet já está quase no mesmo nível de importância que a eletricidade, as pesquisas no Google nos fazem acreditar que conseguiremos respostas para quase tudo que necessitamos, o smartphone deixou de ser um telefone móvel para ser um objeto de múltiplas utilidades: foto, vídeo, calendário, acesso à internet, buscas diversas, compras e várias outras possibilidades antes inimagináveis. Se de um lado nossa vida cotidiana foi digitalizada, pois passamos a nos relacionar com o mundo físico através do digital, do lado profissional ainda encontramos dificuldades que são características do século passado.
A forma como lidamos com novas ideias e iniciativas, com as frustrações trazidas por mudanças cada vez mais rápidas, tem nos deixado com posturas de perplexidade quando deveríamos reagir com maior agilidade. Não é novidade que só os mais adaptados sobrevivem e é neste ponto que a inovação digital deixa de ser uma atividade secundária e passa a ser vital. A pandemia do Covid-19 nos apontou claramente esta ruptura e nos trouxe novos paradigmas. Se para muitos ela é a grande aceleradora de transformações, foi por causa dela que conseguimos perceber a importância do digital no conjunto das nossas vidas. E essa percepção veio com muita dor. Além da lamentável perda de muitas vidas, de muitos negócios e empregos, nos demos conta de como não estávamos preparados profissionalmente para lidar com a agilidade demandada por mudanças tão rápidas e abruptas. Na hora em que fomos colocados à prova para empreender soluções inovadoras, foram nossas limitações que chamaram mais a atenção. Foram limitações humanas e culturais que vieram à tona. Não era a tecnologia digital que limitava, mas a forma como se lidava com ela. Ainda que na nossa vida pessoal o uso de diversos aplicativos já fossem uma realidade, ainda que haja uma questão de adoção relacionada às diferentes gerações e classes sociais, o mesmo não se aplicava às rotinas profissionais.
Trocar mensagens por whatsapp, fazer videochamadas, comprar pela internet (desde comida até roupas e móveis), cuidar da saúde, se relacionar com amigos e parentes entre várias outras atividades, eram normais na vida pessoal, mas estranhas a vida empresarial. Acontece que não é de agora que as interações entre as empresas, pessoas jurídicas (conjunto de pessoas físicas que agem e reagem de acordo com uma cultura empresarial que se estabelece), vem exigindo soluções inovadoras. E não poderia ser diferente, pois se enquanto pessoas físicas queremos soluções que se adequem às novas formas segundo nossas necessidades, o mesmo acontece quando nos agrupamos em uma organização chamada empresa. Mas como criamos estas soluções inovadoras? O processo de criação de inovação se dá através da experimentação, que por sua vez é dependente de um conjunto de ideias e/ou possibilidades para resolução de um determinado problema. Ao experimentar é fundamental reconhecer que não se sabe o resultado, ainda que se possa estima-lo. É igualmente importante saber que serão necessárias algumas experimentações, pois o caminho de aprendizado se dá através de falhas e acertos. Por isso mesmo que não existem ideias erradas, o que existem são ideias não experimentadas. A agilidade em entender, aprender e ajustar faz com que se inove mais rapidamente e de forma mais assertiva. Algumas destas características do processo de inovação exigem mudanças significativas para empresas e profissionais. Tornar-se capaz de lidar com diversos experimentos e ser ágil separa as empresas que estão vencendo daquelas com sérias dificuldades neste século onde as mudanças são cada vez mais aceleradas e incertas. Assim como no caso do Covid-19, onde há dezenas de vacinas sendo desenvolvidas, é fundamental contar com diversos projetos de inovação simultâneos.
Seja para a vida humana como para a empresarial, a quantidade de experimentos está diretamente relacionada ao sucesso. Se a empresa tem poucos projetos de inovação acontecendo então certamente está inovando pouco (ou nada) e corre sérios riscos no atual cenário competitivo. Acontece que as empresas estão (ou deveriam estar) lidando com o processo de transformação imposto pela digitalização dos negócios. A transformação digital demandada pela nova economia depende de inovação, que neste caso deve ser digital. O uso de tecnologia digital não é novidade nas empresas, nem mesmo para os profissionais, pois seu uso já é amplo há décadas. A questão agora é como fazer inovação digital, que não é apenas usar tecnologia, mas sim criar processos e modelos de negócio para atender demandas exigidas por novos consumidores organizados em novos mercados. É sobre empreender (algo humano) soluções digitais (através do uso de tecnologia). Nesta jornada de transformação as empresas tem percebido a necessidade de se tornarem mais ágeis, ou seja, capazes de aprender e se adaptar mais rapidamente. Diversos métodos foram criados para permitir que se avance com rapidez e custos adequados. A busca por metodologias como: design thinking, design sprint, lean startup, scrum e outros, estão mudando as estruturas organizacionais e o empreendedorismo no que se refere aos projetos de inovação digital. Até mesmo a forma de gestão tem se adaptado através da adoção OKRs (objectivesandkeyresults), por exemplo.
Enquanto as estruturas organizacionais buscam se tornar mais ágeis os departamentos de tecnologia estão sendo cada vez mais demandados. Isto ocorre porque é no departamento de tecnologia que estão os profissionais que têm conhecimento técnico para criar os produtos digitais que são resultantes dos projetos de inovação digital. Quanto mais ágil se tornam os outros departamentos, maior é a demanda que chega para a área de tecnologia. Se o resultado de um projeto de inovação digital é dependente da criação de um produto digital que só pode ser feito por uma área que não consegue ofertar serviços de acordo com a demanda então os projetos ficam parados ou levam muito mais tempo do que o desejado para serem realizados. Esse desalinhamento entre demanda e oferta se torna grave à medida que limita a quantidade de experimentações, consequentemente de aprendizados, limitando por fim a capacidade de inovação digital de uma empresa. Em uma primeira análise parece se tratar de um problema de gestão bem fácil de se resolver, pois ao não dispor de recursos internos basta terceirizar. É o que muitas empresas fazem. O cenário resultante é o de uma alta demanda por profissionais com capacidades técnicas para criação de produtos digitais (softwares). Estamos falando dos programadores. A demanda por programadores explodiu no mundo inteiro devido à digitalização dos negócios, que avança muito mais rápido do que o interesse pela profissão e que a capacidade de formação destes profissionais. Ainda que os salários sejam atrativos, o que é normal em cenários desequilibrados de demanda e oferta, o interesse pela profissão é muito baixo. Encurtando uma longa história, a situação atual é que somente 0,3% dos profissionais do mundo são capazes de criar softwares (os tais produtos digitais). Isso significa que 99,7% dos profissionais do mundo estão reféns daqueles com capacidades técnicas específicas. Não há profissionais suficientes para atender todas as demandas, que chegam cada vez mais rápido devido ao ganho de agilidade nas etapas anteriores dos projetos de inovação, para as áreas que deveriam construir os produtos digitais.
Então chegamos a um problema sem solução? O tal dilema do ovo e da galinha? Sim e não. Sim, se a única forma de evoluir nos projetos de inovação digital depender, exclusivamente, de profissionais técnicos com capacidade de programação. Não, se trouxermos para este cenário todos os demais profissionais, que mesmo sem saber programar e não sendo técnicos podem ser capazes de estruturar uma solução de forma visual e com isso criar um produto digital. São os chamados programadores cidadãos (tradução livre de citizendevelopers). Esta nova habilidade depende do uso de ferramentas tecnológicas adequadas, pois será necessário que os softwares sejam criados de forma visual por pessoas sem conhecimentos técnicos. A boa notícia é que estas ferramentas existem e se chamam ferramentas low-code / no-code. A adoção destas tecnologias faz parte de um movimento que cresce aceleradamente em todo mundo, é a chamada Revolução NoCode. Institutos de pesquisa como o Gartnerprevêm que 65% dos softwares criados em 2024 serão feitos através de plataformas low-code e a McKinsey já atestou que as empresas que têm desenvolvedores cidadãos geram 33% mais inovações que aquelas que não tem. Mas é possível ir além, porque mesmo os programadores podem se beneficiar do uso de plataformas de low-code/no-code. A Forrester identificou que cerca de 50% dos programadores já usam de alguma forma estas ferramentas em 2020.
O caminho para destravar a inovação, acelerando a transformação digital para ser uma empresa competitiva no século XXI passa pelos programadores cidadãos e pela adoção das plataformas low-code/no-code. É importante que a agilidade possa fluir em todo o processo de inovação digital e isso acontece quando se junta a capacidade humana com o poder das tecnologias adequadas. Ainda são muitas as empresas e os profissionais que não conseguiram identificar o gargalo gerado pela incapacidade de criação de produtos digitais. Seja por não saberem ou mesmo por não acreditarem no poder liberado pelas ferramentas nocode. O ganho de produtividade é 10 vezes superior quando comparado com o processo tradicional de criação de software e o custo pode ser reduzido em mais de 50%. Maior velocidade aliada a menor custo permite mais experimentações e com isso a empresa se torna mais inovadora. Agora você já sabe onde estão os sujeitos ocultos: transforme os demais profissionais de negócio em agentes de inovação digital através da adoção de plataformas low-code / no-code.
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