MENOS IDEOLOGIA E MAIS TECNOLOGIA PARA A AGRICULTURA BRASILEIRA.
Agronegócio
RANDERSON AGUIAR - CONSULTOR EM AGRONEGÓCIOS
R2

A polêmica nos últimos dias em torno do tema debatido na Câmara dos Deputados, o projeto de lei de controle do uso de agrotóxicos no país, tornou o cenário um espetáculo dantesco, arautos da suprema verdade, os “progressistas” que apropriam do direito de defender o meio ambiente, seduz o senso comum, conquistando plateias urbanas alienadas e inebriadas pelo tóxico bordão que o agronegócio é o causador do “fim do mundo”. O projeto é criticado por autoridades da área da saúde e por ambientalistas, porem se observarmos a luz da verdadeira ciência, todos os “conceitos” e “preconceitos” a respeito da condução dos sistemas produtivos de agricultura no Brasil são desconstruídos pois, o debate é meramente ideológico, e não técnico. Deputados ditos “politicamente corretos” ou ambientalmente conscientes, debatem sobre temas que não possuem o mínimo conhecimento para tal e se proclamam salvadores ecológicos do universo. 

Dentro do aspecto técnico é preciso sim avaliar até onde  é o limite que os defensivos agrícolas, na verdade o  termo correto ao invés de Agrotóxicos, estão ultrapassando o limite de tolerância  , visto que são substâncias aplicadas para proteção das pragas e doenças, da mesma forma que o seres humanos e animais precisam de tratamentos contra pragas e doenças, os vegetais também necessitam de cuidados, sendo que muitas dessas substancias, se ministradas erradas, serão tóxicas para os organismos, o  agrotóxicos foi um  termo ideológico  incorporado ao debate ao logo do tempo para impactar o imaginário coletivo e justificar a guerra contra o desenvolvimento da agropecuária no brasileira que é a nossa vocação natural.

  Assim os produtos agro fitossanitários, este é o termo adequado, devem ser controlados para que não haja prejuízo a saúde e ao meio ambiente. Porem ao tomar de assalto o tema, os opositores da agricultura moderna, conhecidos também como “progressistas,’ condenam o controle de pragas, por uso de formulações químicas, mas esse debate raso e ideológico pode esconder outros “objetivos”, o setor “progressista” não consegue penetrar, controlar, manipular o agronegócio com seus temas, mas aspecto mais importante está fora da curva, ao esbravejar sobre o Agrotóxico, não esclarecem que ao implantar lavouras, naturalmente as pragas aumentam sua população, é o ambiente ideal de proliferação, um grande espaço para se alimentar , ambiente propício para reproduzir, o ciclo de vida de pragas e doenças  é muito curto, então é preciso controle,  não extermínio dessas pragas, porque é impossível. É importante esclarecer, e a maioria das pessoas não sabem, é que toda substância química é pesquisada e desenvolvida para sua aplicação e consequências, e tem parâmetros, prazos de carências, para serem metabolizadas no organismo vegetal. É verdade que em muitas situações esses prazos não são respeitados, aí se inicia o descontrole, que na maioria dos casos ocorre na sagrada “agricultura familiar” , que é de subsistência e não tem capacidade para alimentar 1/3 da população urbana do Brasil, lá é onde o conhecimento não chega, a assistência técnica é inexistente, a educação que é implantada  não treina  trabalhadores com capacidade e discernimento , mas seguidores de ideologias atrasadas que conduzem a alienação.  

O vilão da agricultura não é a substancia química, mas a educação capenga que o Brasil disponibiliza no campo, aí está o ponto fora da curva. Se o agricultor fosse treinado  para sua nobre função, seria qualificado para confiar no receituário agronômico, seguiria as recomendações técnicas do fabricante, obedeceria os prazos de carências dos produtos fitossanitários, mas a educação é “progressista”, convencem corações e mentes que a agricultura depreda o meio ambiente, e pregam duramente que só produção “orgânica” é  sustentável, porém não se pode produzir alimentos adubados com ideologia, agricultura em larga escala para alimentar a todos, precisa de ciência, tecnologia, políticas públicas de desenvolvimento sustentável e controle fitossanitário. É uma dicotomia, ao longo da história da humanidade a dependência do controle das pragas e doenças, sempre foram   uma necessidade para êxito na produção.  Para a saúde de nosso corpo, ingerimos substâncias químicas, que se forem mal ministradas irão matar, os vegetais da mesma forma precisam de tratamento. Assim o problema dos químicos é mais complexo que a proposta reducionista e maniqueísta que se vaticina aos quatro ventos que   estamos comendo veneno, na verdade tudo que utilizamos, ingerimos, mesmo sendo “natural” se for em excesso será toxico, a compressão dessa complexidade passa na formação de gente capaz de discernir, e não doutrinar ideologicamente para dominar setores estratégicos.

A agricultura pode sim ser sustentável em larga escala, o controle biológico de pragas é a saída para redução do uso de químicos, é viável e utilizada na agricultura brasileira, as biofábricas já produzem insetos ou organismos que são inimigos naturais para combater várias espécies de pragas, porém não se pode abandonar os fitossanitários, é preciso manter o controle e equilíbrio associado com melhoramento genético para tornar as plantas mais resistentes a pragas e doenças.

O ideal para a sustentabilidade é o uso do controle biológico, melhoramento genético e aplicação controlada de fitossanitário nas lavouras para que realmente se possa produzir alimento disponível a todos. É preciso unir todos os esforços em torno da reforma da matriz educacional brasileira, que precisa ser direcionada para treinar quem trabalha no campo, não seguidores inconscientes de ideologias que colocam em risco o equilíbrio social, não existe fome no Brasil, e sim bolsões de subnutrição, mas o modelo “progressista” aí pregado pode colocar em risco o equilíbrio social, a falta de alimentos e agua são o gatilho para escalada de conflitos sociais e grave ameaça à paz interna. Reserva de víveres é a autodeterminação do Brasil, estoques reguladores de agua e alimentos são a soberania nacional e defender a produção agrícola é assegurar o futuro da nação.

Então urge é desburocratizar a produção, não se pode apenas discursar enquanto as pragas se tornam resistentes, o que ocorre em meses, a fórmula química, a esperar a burocracia governamental contaminada por ideologias permitir que a produção de alimentos sofram perdas de produtividade. Desta forma devolvemos aos arautos progressistas as demandas da produção: Como vamos combater pragas e doenças?  Os processos governamentais levam até oito anos para licenciar novo produto, a quem interessa o atraso? Estão realmente preocupados com a saúde e meio ambiente? Por que não apresentam soluções, só travam o desenvolvimento sem apresentar alternativas concretas? Menos ideologia e mais tecnologia na agricultura e para o bem do Brasil.

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