CLEITON JÚNIOR

EMPRESÁRIO
J%c3%9anior

Algumas vezes, as pessoas não conseguem se adequar ao "padrão normal" da sociedade, elas simplesmente não conseguem. Estudar muito e conseguir um emprego é uma realidade e o desejo legítimo de milhões de brasileiros. Acontece que algumas pessoas simplesmente não nasceram para seguir a multidão, nasceram para um propósito maior.  São os considerados "diferentes, estranhos e até loucos", que podem ter um papel muito importante na vida de todos e no seu ciclo de convivência. É o caso do jovem de 24 anos, Cleiton Pereira Lopes Júnior, humilde e trabalhador, que por razões difíceis da vida, encontrou no empreendedorismo sua motivação não só para trabalhar, mas para vencer. Conheça nesta entrevista, a inspiradora história deste jovem empreendedor

 

Você começou a empreender muito ”cedo”, logo aos 18 anos, idade onde a grande maioria dos jovens brasileiros estão buscando entrar em alguma universidade. Qual a razão de ir na contramão dessa realidade?

 

Eu sempre fui um bom aluno, tirava boas notas, mas não tinha muito foco nos estudos. Sempre gostei de ação. E o empreendedorismo era uma opção que eu apreciava mais do que ingressar em uma universidade para tentar um emprego “estável” no futuro. Como já trabalhava desde muito cedo, criei uma essência empreendedora dentro de mim. Logo estava comprando por “x” e vendendo por “2x”.

 

Diante de uma adversidade, você buscou em “teoria” a solução mais difícil, começar um negócio. Sem recursos financeiros, com pouco know-how na área escolhida e com muitos concorrentes. Por que? Como fez isso?

 

Trabalhei em uma ótica durante algum tempo, fazendo conserto de óculos. Era muito dedicado e muito eficiente no que fazia. Meu antigo patrão não me valorizava, e o “clima” já não estava harmonioso entre nós. Pedi demissão com a expectativa de trabalhar para mim mesmo. Como tinha experiência em consertar óculos, segui nessa área e abri uma pequena loja de conserto de óculos, algo bem simples. Passei a terceirizar o conserto de óculos de várias óticas da cidade. Foi onde tudo começou.

 

No início você somente prestava serviços para terceiros, consertando armações, e não imaginava que se tornaria empreendedor e proprietário de uma das maiores Óticas da cidade. Quando você vislumbrou a possibilidade fazer algo maior?

Como eu já fazia conserto de óculos, trabalhar também com venda de óculos acabou sendo consequência. Após alguns meses, meu pai me deu um pequeno incentivo financeiro para a abertura da minha própria ótica. Aproveitei a oportunidade e fiz a aquisição de uma pequena ótica que estava a venda naquele momento. Meu antigo patrão terceirizava a fabricação e montagem de lentes, nessa época somente ele tinha laboratório para efetuar esse tipo de serviço na cidade. Em novembro de 2013, sem razão aparente ele parou de terceirizar o serviço para mim. Foi então que decidi comprar uma máquina de fabricação e montagem de lentes e acrescentar este serviço a minha ótica. Neste momento, minha empresa fabricava e montava lentes, vendia óculos e fazia consertos.

 

Como era a dinâmica de trabalho na empresa? Uma vez que seu foco ainda era a fabricação de lentes para terceiros?

Comecei a terceirizar a fabricação de lentes para outras óticas e o fluxo de trabalho aumentava. No início da empresa eram apenas uma vendedora e eu. Ela trabalhava na parte de vendas da loja e eu na fabricação e montagem das lentes, além de fazer a entrega da mercadoria, colaborava também nas vendas periodicamente. Na maioria das vezes trabalhava até as 23h para entregar o serviço a tempo.

 

Quando você percebeu que o foco da sua empresa estava mudando?

No fim de 2014 em parcerias com médicos. Íamos em cidades próximas, os médicos faziam os atendimentos e eu conseguia vender os óculos. Percebi que este mercado era muito atraente e poderia focar nele com mais afinco além da fabricação e montagem de lentes.

 

 

Quais as maiores dificuldades durante esse período?

Falta de confiança dos clientes pelo fato de ser muito jovem, falta de capital para investimento e a quantidade excessiva de encargos trabalhistas e impostos recolhidos pelo governo, o que me atrapalhou a contratar outro funcionário por exemplo.

 

Após os atendimentos com profissionais médicos em algumas cidades que haviam demanda, você obteve sucesso nas vendas de óculos e um retorno financeiro considerável na época. Diante desse fato, ter uma ótica com marcas conceituadas juntamente com laboratório próprio, destinado a fabricação de lentes, tornou-se uma possibilidade real. Quais foram seus planos e ações para que isso ocorresse?

 

Decidi procurar fornecedores fora do estado para fazer estoque maior. Dessa forma meu preço ficou mais competitivo e passei a vender a pronta entrega. Neste momento as vendas aumentaram consideravelmente.

 

Toda empresa vive momentos de transições. Quais as principais mudanças feitas para se adaptar a essa nova realidade? Ser competitivo tanto na fabricação de lentes quanto na venda de óculos?

Foquei em fazer estoque. Comprar em atacado para ter preço competitivo. No início comprava 150 pares de lentes por mês. Hoje compramos cerca de 1500 pares de lentes por mês. Em relação a loja, investi em mais opções de óculos, com marcas variadas e de qualidade. Nesse momento o laboratório tinha faturamento razoavelmente estabelecido e em relação a loja mais que dobrou.

 

Após quanto tempo, sua primeira unidade encontrou estabilidade mercadológica e financeira, e você sentiu a necessidade de expansão tanto do laboratório quanto da ótica? Como foi esse processo?

Mais ou menos 2 anos para termos estabilidade. Havia somente um concorrente na área de laboratório (fabricação e montagem de lentes), o mesmo possuía muitos gargalos e deixava a desejar. Foi então que comprei uma máquina mais moderna, isso permitiu qualidade maior no serviço e mais agilidade. O fluxo de trabalho cresceu bastante e a possibilidade de crescimento era muito grande. Passei a pensar em expansão. Tinha certa estabilidade financeira, foi quando abri a segunda loja com pouco investimento e logo no primeiro mês faturamos R$12.000,00 a mais em relação ao mês anterior. Em seguida um outro concorrente decidiu vender a loja dele e eu decidi comprar.

 

Você abriu mais duas unidades praticamente de forma simultânea, uma ação bem ousada, e conseguiu estabelecê-las no mercado de forma veloz. Quais eram seus planos com a aquisição dessas novas unidades?

Eu precisava aumentar a produção dentro do laboratório, minha meta era 70 serviços (terceirizações) por dia. Comprei máquinas ainda mais modernas, aumentei a capacidade de produção e ganhei aumento de visibilidade no mercado de ótica em Anápolis.

 

Suas unidades se estabeleceram rapidamente, qual o diferencial da Ótica Imagem em relação aos concorrentes?

 

Sem dúvida alguma velocidade rápida de entrega e preço muito competitivo, além da qualidade de nossas lentes com certificação de garantia e autenticidade conferidas.

 

Muitos afirmam que “crescer dói”. Conte-nos alguma história que te marcou em todo esse período até o dia de hoje.

 

A primeira máquina que eu comprei me marcou muito. Não sabia como operá-la, nem sequer a tinha visto em toda minha vida. Convenci meu pai a investir em mim e comprar a máquina. Fomos a Brasília, o maquinário era muito antigo, não sabia mexer. Meu pai achou que eu tinha sabia manuseá-la e eu garanti que sim. Quando a buscamos, estavam, eu meu pai e meu avô. Não podia transparecer a eles que não sabia nem trabalhar com a máquina, fiquei desesperado. E agora, como vou operá-la? Eu precisava aprender manuseá-la para trabalhar. Foi onde conheci um senhor chamado Zé Adriano num curso de técnico em Ótica, ele me ensinou a operar a máquina. Levei a tabela de curva base e curva cilíndrica da máquina para fazer o corte. Ele começou a me orientar e me mostrou como utilizar. Foi assim que comecei a trabalhar nela.

 

Recentemente a Ótica Imagem participou da “Ajorsul” e do “ I Congresss Óptica” em Gramado-RS, dois grandes eventos no segmento óptico, focados em inovação do setor em nosso páis. O que podemos esperar de novidade com esta participação?

 

A participação  nesses eventos influenciou bastante no que tenho falado as vendedoras. Tudo o que é de mais moderno tenho passado para elas. Inclusive comprei uma máquina de anti risco que já está instalada. A primeira existente em Anápolis e que já está até em funcionamento. Trouxemos mais tecnologia para o cliente. Estamos agora também utilizando lentes mais modernas, diminuindo o efeito dos raios ultravioletas. Fomos pioneiros na filtragem ultravioleta em nossa cidade.

 

Atualmente você possui mais de 15 colaboradores. Para você, qual a melhor forma de gerenciar e motivar pessoas?

 

Gestão humanizada, pensando sempre o que posso fazer para melhorar, pensando como posso ajudar o colaborador e trazer alegria no ambiente de trabalho. Sempre estar próximo aos colaboradores, faço também alguns eventos para confraternização.

 

Pelas respostas anteriores, podemos notar em seu perfil, muita ousadia. Quais são os seus conselhos para aqueles que desejam empreender e ainda são muito jovens?

 

Sonhe sempre. Nunca desista. Tenha coragem e seja persistente, além de boa reputação.

 

Hoje com extremo know-how no ramo de atuação, experiência, laboratório próprio, grande estoque de lentes e óculos, quais são as suas ambições para a Ótica Imagem?

 

Trazer para Anápolis o que há de mais moderno em tecnologia, que são as lentes digitais e também o centro de tratamento anti-reflexo, gerando conforto e uma estética visual melhor. Quero ainda abrir mais 3 óticas e atingir faturamento mensal de R$500mil reais. Em relação ao laboratório, ter fabricação de 50 lentes e 70 montagens de óculos diárias.

 

Por último, na sua opinião, quais as características fundamentais para um empreendedor de sucesso?

Coragem para pensar , ambição para sonhar e foco para executar.

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