FUTEBOL E TECNOLOGIA, UMA PARCERIA QUE ESTÁ SÓ COMEÇANDO
Esportes
MANOELA PENNA - DIRETORA MARKETING ESPORTIVO
Foto manoela

O futebol sempre evitou interferências tecnológicas e mudanças radicais em suas regras desde que elas foram descritas pela International Board, lá se vão mais de 150 anos (elas são de 1863).  Hoje são 17 regras, simples e objetivas, o que faz deste um esporte universal. 

 

Segundo dados da Statista, apenas o futebol europeu foi capaz de movimentar 25 bilhões de euros na temporada 2019-20 – ainda na era Pré-Covid. De acordo com a Delloite, os 92 clubes da Premiere League e da Football League (Inglaterra) são os que mais geram receitas, com quase 8 bilhões de euros, 72% a mais do que os alemães da Bundesliga em dados de 2017-18. Espanha, Itália e França, nesta ordem, completam o “Big Five” do futebol europeu, que carregam a lucratividade e os fãs consigo.

 

Tradição. Universalidade. Dinheiro. O futebol está longe de deitar-se em berço esplêndido para desfrutar de sua merecida fama global. Por mais contraditório que possa parecer, um esporte centenário pode, sim, se ancorar na modernidade para seguir evoluindo.

 

Para quem é fã de futebol, pense rápido em inovações recentes que mudaram a experiência de acompanhar a bola rolando. Sim, o VAR, gostando a gente ou não. Ou a tecnologia da linha do gol. Ou aquele aplicativo no telefone, que faz a cerveja chegar gelada no seu assento no estádio. Ou o programa que nos deixa saber instantaneamente quantos quilômetros cada jogador percorreu em campo. E por aí vai...

 

Segundo o futurista holandês Richard van Hooijdonk, “O futuro do futebol está diretamente ligado às inovações hi-tech. Para que esportes como o futebol mantenham seu apelo para esta e futuras gerações, não há escolha senão integrar a tecnologia”, escreveu ele, listando as principais áreas de impacto tecnológico na modalidade: Tecnologia e formação de jogadores; procura de talentos com inteligência artificial; previsões de lesões algorítmicas; monitorização da saúde dos jogadores; como a tecnologia melhora o jogo; a experiência nos estádios; a experiência dos fãs; o futebol robotizado e a ascensão dos hubs de inovação tecnológica do futebol.

 

A revolução, de fato, está em curso. Estima-se que haja cerca de 4 mil sport techs no mundo, sendo aproximadamente 400 delas no Brasil. Clubes de futebol em todo o mundo estão próximos aos principais hubs de inovação em seus países. Na Espanha, o Valência está envolvido como Startup Valencia. Na França, o Paris Saint Germain se apoia na startup FanFest, do hub Le Tremplin, para se conectar e gerar valor para fãs de todo mundo.

 

Já a superpoderosa UEFA criou o seu próprio hub de inovação – o UEFA Innovation Hub com o propósito de “reimaginar o futebol” (do slogan Reimagine Football, em inglês).

 

“O mundo vive uma mudança sem precedentes e isto traz grandes oportunidades para o futebol. O UEFA Innovation Hub é um veículo para a UEFA se preparar para o futuro e garantir que nos mantemos um passo à frente das últimas tendências para moldar o futuro do nosso esporte”, justifica a entidade.

 

Através desse programa, a startup holandesa Waste Transformers propôs transformar resíduos dos estádios em biofertilizantes, composto orgânico e energia para os estádios e centros de treinamento de todas as 55 federações filiadas à UEFA.

 

E, claro, no Brasil, o futuro também já começou. Criado em 2020 com participação da Ernst & Young, o Arena Hub fincou pé no Allianz Parque e hoje conta com um ecossistema de mais de 150 entidades e pra lá de 110 startups filiadas. Em parceria com a Ambev, em 2021, o Arena Hub propôs às startups o Desafio Golaço para desenvolver soluções para o mercado de esportes e entretenimentos no intuito de fomentar a criação de produtos ou serviços capazes de transformar a experiência do torcedor que consome futebol.

 

O São Paulo lançou em junho deste ano o Inova.São, que ocupa 300 metros quadrados do anel inferior do estádio do Morumbi e estima captar R$ 6 milhões em investimentos em três anos. O Tricolor firmou parceria com Sportheca e Deboo para o projeto, que é o pontapé inicial dado pela recém-criada Diretoria de Inovação do clube, em julho de 2021.

 

A bola pode continuar sendo redonda. Mas ela está girando cada vez mais rápido. Rumo ao futuro.

 

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